Quando a noite esconde o poncho
Na serra do caverá
Da boca escura das furnas
Surgem vultos de assustar
Que lugar mal assombrado
Que recado quer nos dar?
Serão heróis do passado?
Tentando ressuscitar
Quem vem lá? Quem vem lá?
Os vultos que vêem de longe
Nada respondem, nada respondem
Quem vem lá? Quem vem lá?
Os vultos que vêem de longe
Nada respondem!
A peonada esconde o medo
Temperada por horrores
Uns dizem que é Honório Lemes
Outros que é Adão Latorre
Palco de tanta degola
Entre Ximangos e Maragatos
Serão então almas penadas
Cavalgando pelos matos
Quem vem lá? Quem vem lá?
Os vultos que vêem de longe
Nada respondem, nada respondem
Quem vem lá? Quem vem lá?
Os vultos que vêem de longe
Nada respondem!
No entreveiro das batalhas
Vidas não valiam nada
Destino de prisioneiro!
Era a gravata colorada
Dizem que há visões de guerra
Na serra do Caverá
Mas como é tempo de paz
Tanto faz! Quem venha lá
Quem vem lá? Quem vem lá?
Os vultos que vêem de longe
Nada respondem, nada respondem
Quem vem lá? Quem vem lá?
Os vultos que vêem de longe
Nada respondem!